sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Gratidão


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Levanta daí!
não quero...
na boa, vamos lá!
não quero...
por favor vamos lá, eu te ajudo!
já disse que não quero!
mas vou te levar assim mesmo!
não vou!
vai sim!
você vai me levar arrastada?
se preciso for...
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e assim começa a caminhada em busca da cura
na insistência
na persistência
não desistindo da pessoa
não jogando a toalha
não aceitando um não como resposta
pois a compaixão e o amor pelo outro devem falar mais alto
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carinho, amor, afeto
essa combinação pode ser chamada de "kit primeiros socorros"
e faz toda a diferença no movimento que só está começando
sem ele não precisa nem tentar
pois provavelmente a situação só tende a piorar
e se você desistir de ajudar o caminho pode não ter volta
então...
quanto mais apatia, mais amor
quanto mais revolta, mais carinho
quanto mais tristeza, mais acolhimento
quanto mais choro, mais abraço
quanto mais desespero, mais paciência
simples assim?
infelizmente não é nada simples
um trabalho diário de muito esforço
onde o desânimo pode teimar em tomar conta da situação
mas a fé e o amor podem iluminar os momentos de escuridão
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a boa notícia é que a depressão tem cura  SIM!
terapia, remédios, paciência, força de vontade
MUITA força de vontade
aos poucos a coragem que estava agonizando e quase à beira da morte
se fortalece e se enche de esperança
aos poucos a pessoa volta a engatinhar
aos poucos reaprende a andar
aos poucos começa a correr, ver, respirar, sentir tudo que tinha perdido a cor
e o sentimento de gratidão nasce nesse capítulo da história
brilhando como o sol
iluminando os passos, os pensamentos e a vontade de viver
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gratidão a cada um que estendeu a mão
que sorriu junto
que deu colo
que ficou por perto
que levou uma palavra doce
que foi firme quando precisou
que caminhou junto sobrepondo à própria dor
gratidão pra sempre, sempre!
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o lado cinza da história é que a culpa pelos estragos
a pessoa pode carregar pra sempre
mas com o tempo o peso diminui
adormece e se aquieta
o alívio de conseguir respirar volta a fazer parte da vida
os momentos tumultuados e sofridos vão ficando para trás
pois a vida continua
e cabe a cada um escrever a sua história
mas com certeza com o apoio, o amor e o afeto das pessoas
tudo fica muito mais leve, lindo e solto ;)
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beijos,
claudinha


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Largada no sofá... depressão...


#SetembroAmarelo
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Ela vem chegando de mansinho
como quem não quer nada
senta do seu ladinho no sofá
como companheira começa a voltar todos os dias
você, ela e a almofada passam a enfeitar a sala
em pouco tempo já é sua melhor amiga
aquela que te compreende
que não te deixa sair sozinha
se une a você como uma sombra
e aos poucos vocês viram uma só pessoa e a almofada no sofá
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sair pra quê? está tão bom aqui...
fazer atividade física pra quê? ficar aqui quietinha é tão mais agradável
comer pra quê? bom mesmo é perder uns quilinhos extras
conversar pra quê? ninguém me entende mesmo e só sabem implicar
ter amigos pra quê? a almofada é tão fiel
levantar pra quê? não tenho mais força no corpo
falar pra quê? melhor mesmo é dormir, ficar quietinha esperando a dor passar
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mas que dor?
onde dói?
você não falou nada de dor?
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a dor vem dos sentimentos confusos que sinto
da tristeza por não me sentir útil
da angústia de ter mais um dia pela frente
do desespero dos gritos e ofensas que tenho que ouvir
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mas você que provoca!
você que se faz de coitadinha!
você que fala demais!
você que não pede ajuda!
você que não quer levantar desse sofá
quanta frescura!
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é...
sou eu...
eu que cai e não consigo mais me levantar
eu que perdi a graça
eu que não quero mais brigar
eu que não quero mais andar
eu que não sei mais lidar com tanta falta de amor
eu que parei de viver
eu que me tornei almofada
eu que espero um milagre
eu que...
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vem comigo, eu te ajudo
pra onde vamos?
procurar ajuda!
vai doer?
acho que sim, mas vai valer a pena
você não quer sua alegria e sua vida de volta?
sei lá... acho que sim...
vem comigo, eu te ajudo <3
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Beijos
Claudinha

Depressão...



#SetembroAmarelo #DepressaoÉumaDoença

Você quer ajudar e não sabe o que fazer?
Vale a leitura!
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Na depressão os sentimentos se afloram e podem explodir em choro, raiva,  ódio, desespero.
Palavras são ditas sem filtros, no impulso, no calor da discussão e na falta de controle.
Justamente aí você, que está sadio e quer ajudar, pode conter a discórdia simplesmente não entrando nessa ciranda, não incentivando as brigas, não cultivando o clima pesado e não colocando lenha na fogueira...
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A depressão é cruel, pois não tem sintomas aparentes, sem febre, sem dores palpáveis,  pois a dor vem do fundo da alma... A vontade é de explodir ou simplesmente virar uma almofada jogada e esquecida no sofá da sala. E para desespero e tristeza comentários estúpidos e sem noção chegam sem dó nem piedade fazendo com que a pessoa se sinta um lixo, um verdadeiro estorvo ...
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que preguiçosa!
é uma fresca!
olha que fingida!
é uma dondoca!
que mimada!
quanta chatice...
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Sem noção do quanto isso dói, desanima e enfraquece a pessoa deprimida...
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Então se você quer ajudar a pessoa que você ama tente respirar fundo, contar até 1000, dar um abraço, um beijo, não precisa falar nada só  estar presente deixando claro o seu amor, o seu afeto, o carinho que sente por ela e o quanto ela é importante para você!
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Fácil falar né?
Sei bem que o dia a dia pode ser pesado, triste e muitas vezes o “tô de saco cheio” junto com o desânimo vão assumir o controle da situação. Por isso, procure ajuda médica e psicológica, leia, se informe, tente não julgar, condenar, rotular, debochar e jogar a pessoa no fundo do poço.
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A depressão é cruel e pode tirar tudo que a pessoa mais gosta de fazer e principalmente o que ela mais ama como amigos, família, colegas, emprego e principalmente a vontade de viver...
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A boa notícia é que a depressão quando tratada e levada a sério tem cura.
A alegria, o ânimo e os sonhos voltam a fazer parte da história e aqueles que caminharam junto, seguraram as pontas nos momentos mais críticos fazem renascer a esperança e a gratidão de que vale a pena continuar a caminhada e ser feliz!
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Beijos.
Claudinha
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Crédito da imagem livro: "Eu tinha um cão negro, seu nome era depressão"