segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

chá das cinco com Casito





















e no último "chá das cinco" de 2012
divido com você um presente que recebi 
e que vai fechar o ano com gostinho de quero mais :) 
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well...
sempre que o Wander conta as histórias felizes de sua infância
o nome desse menino aparece
casos engraçados e divertidos que são guardados na lembrança
e que sempre nos fazem achar graça  :)
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numa bela manhã de domingo
saindo da padaria aqui pertinho de casa
tive o prazer de conhecê-lo
assim
ao vivo e a cores
ele e a Tânia indo para o Mercado Central
e a gente para igarapé :)
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confesso que achei o máximo
e quando pintou a ideia de convidá-lo para participar do blog
não pensei duas vezes
lancei o desafio
e para minha alegria
recebi um dos melhores textos que já passaram por aqui 
já no primeiro parágrafo me emocionei
me senti honrada com tamanho presente
e muito feliz por conhecer mais uma parte dessa história 
que começou há muitos anos atrás :)
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ai que emoção!
pois é com imenso prazer que convido você a se acomodar no sofá
pegar sua xícara de chá
e saborear junto comigo
o texto brilhante escrito por meu convidado Casito 
vocalista e baixista da banda WitchHammer  :)
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e ninguém melhor para descrevê-lo do que seu amigo Wander:
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"Casito é integrante da banda que é referência número 1 do rock pesado de Minas Gerais. E se você pensou em Sepultura, vou te falar uma coisa, você não sabe de nada...
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Pois bem, é essa figura fantástica e super interessante que assina o texto abaixo. 
Se alguém duvidava que havia poesia no Metal, tá aí a prova.
Deliciem-se com o texto."  Wander Rodrigues
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beijos
claudinha
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(Pa)lavradores:
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Primeiramente, não Googleei (?) ainda a relação entre as palavras “palavra”
e “lavra”, mas posso quase afirmar que há pessoas por aí que já poetizaram
esse laço tão feliz. Certamente. E também penso que “palavrador” deva
ser título empregado somente à pessoa que escreve TODO DIA, que sofre
escrevendo, que vê sua criação crescer ou, por vezes, não vingar. Muita
gente consagrada aí na literatura não teria tal honra, aliás.
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Segundamente, gostaria de dizer que eu, graças às mais variadas
inspirações, sou hoje um lavrador de palavras. Li muita coisa muito cedo.
Esse foi o Big Bang, eu acho. Tive sorte. Tenho mãe professora e pai
escritor e jornalista. Nasci em 1970. Li muita coisa boa mesmo antes
dos dez anos. Setenta com dez, anos oitenta. Logo no início da década,
início da minha adolescência, vi algo aterrorizante - fui testemunha de um
desastre de proporção colossal. Eu vi um meteoro cair.
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Um irmão (pergunta pra minha mãe pra você ver se não é!), que tive o
prazer de ter na mesma sala, já sabendo que a rocha ia cair mesmo, e
também já sabendo onde exatamente, me levou a uma posição privilegiada,
bem a salvo do impacto que veríamos em instantes, e dali, eu e todos os
demais colegas da aula de redação escutamos aquela estória que parecia
se materializar bem em frente aos nossos olhos. E foi terrível! A pedra do
espaço caiu certinho em cima de um circo, em pleno domingo, matando
a todos ali. Bichos, pais, mães, famílias inteiras. Muitas criancinhas
obviamente.
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Foi uma revelação. Entendi o poder da palavra. Ela é realmente uma
espada. Uma espada (e também escudo) dada a mim por mais um desses
seres inspiradores que falei.
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Daí nasceram minhas letras de música e poemas logo após. Aos 14, 15 anos
comecei a tocar e compor. 1984. Sempre levei o furor destruidor daquele
meteoro comigo. Juntar isso com o Heavy Metal então estava fácil. Som
pesado e devastação! Esmaguei dogmas, assassinei assassinos, abaixei as
calças da realeza, com minhas próprias mãos. Criei monstros horríveis,
humanos, expostos, pela minha palavra. Nunca abandonei meu meteoro
particular, que me dá a força de esmagar tudo o que quero.
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Até nos dias de hoje, sinto o mesmo poder quando escrevo. Sei que escrevo
para poucos, sou underground, sou uma alternativa somente para o que a
massa consome, mas mesmo assim, sempre me sinto indestrutível, dono de
tudo, de todos os mundos.
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É a primeira vez que escrevo para um blog. Me sinto muito honrado com
o convite e com a chance de poder relatar um pouco dessas raízes que são
minha base para escrever.
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Este relato é uma grande homenagem ao grande irmão e amigo Wander
Rodrigues, o Wander Wander, como diz minha mãe. Precursor das letras de
Heavy Metal (e que talvez nem saiba disso...), inventor da “destruição” em
minha mente juvenil, criador e revelador de um poder supremo que ajudou
a esculpir meu ser, meu caráter, meu escrever.
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Agora sei que “palavra” e “lavra” são a mesma coisa quase. É o laborar
diário, talhando idéias, ligando sonhos, criando, destruindo, respirando
essas palavras, é rezar, clamar por um pingo, colher todos os sentidos.
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O mundo não acabou ontem, como previram. Talvez por que esse destino
não tenha sido escrito por um de nós, é ou não é, Wander?
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Casito.
Belo Horizonte, 22 de dezembro de 2012.

3 comentários:

Mônica Rodrigues disse...

tô aqui procurando as palavras pra falar o que achei do texto,mas não to achando! Então só posso dizer : Muito doido! Caraca! Nuh que doido!
É isso! Gostei demais da conta!

Anônimo disse...

Oi Casito, adorei o Texto, Parabéns, estou orgulhosa, pois sou um pouco sua mãe ja que voce é amigo irmão do Wander. Aparece bonitão.

Cursos EMC disse...

Casito, a quanto tempo... eu disse ao povo, para te descrever que vc era o Wander 10 X, o Paulo Caetando tb. Uma banda de metal com 20 Wanders... Nusga. Abraços do Cebola. Saudades!