segunda-feira, 16 de abril de 2012

chá das cinco com Mônica Rodrigues




o chá das cinco desta segunda-feira está cheio de suspense
com o texto de Mônica Rodrigues :)
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a convidada de hoje é minha cunhada mais nova
essa menina risonha, falante, chorona e "bravona"
tem o dom de contar histórias
dessas vividas
sonhadas
ou mesmo inventadas :)
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adoro seus textos
e seu jeito criativo de soltar nossa imaginação :)
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então vamos lá
segure firme sua xícara de chá
pois o clima está de terror
medo
drama
mistério
e lembranças
tudo junto e misturado
com um final histórico e surpreendente
que vale a pena conferir :)
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A casa mal assombrada
                             Mônica Rodrigues


“Casa mal assombrada, porão secreto, tesouro escondido, tudo leva a crer que estamos
falando de um filme de terror”. Era exatamente assim que começava o texto do jornal daquele dia, e se tratava de uma aventura minha e de meus amigos.

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A casa abandonada tinha três andares, um terreiro grande, um quintal enorme, um pé
de romã no fundo e um muro baixo. Perfeito para uma turma de meninos curiosos que naquela época brincava de pique esconde nas ruas até quase dez da noite sem se preocupar!
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Todos os dias depois da aula, saíamos correndo para a “casa mal assombrada”, pulávamos o muro e ficávamos lá dentro às vezes só sentados conversando. Só o fato
de ter pulado um muro e de estar em um lugar proibido já fazia a adrenalina subir! Não precisava muito mais que isso
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Ficamos sabendo algumas lendas urbanas sobre a casa, o que aumentou mais ainda o espirito de aventura! Diziam que o dono da casa havia morrido e estaria enterrado no terreiro. Alguns diziam que ali tinha um tesouro escondido, que era do falecido dono,
mas que tinha uma maldição, que o dono da casa manteve sua mulher louca aprisionada até a morte, e seu espírito estaria ali até hoje pra impedir que alguém fosse pegar o tesouro.
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Acho que para uma turma de 11, 12 anos isso já dá pra acelerar bem o coração né?
Pois bem, descobrimos que embaixo do primeiro andar, ainda existia um andar subterrâneo, e embaixo deste, um porão. O porão secreto, onde estaria o tesouro e
onde a pobre coitada ficava presa.
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Imagina a vontade de entrar nesse porão secreto! O problema é que o porão era totalmente um breu! Não dava pra ver um palmo diante do nariz. Escuridão completa, adrenalina a mil! Coração saindo pela boca, íamos todos de mãos dadas descendo as escadas morrendo de medo, sem enxergar nada!
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Quanta coragem! Confesso que hoje eu não desceria aquelas escadas naquela escuridão nem me pagando...
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Quando chegamos lá dentro, vimos que tinha uma porta de aço e com mais ou menos
um palmo de espessura que dava para outro lugar. Meu Deus! Que medo! Que medo, medo, medo! Quando fomos ver o que era, simplesmente um quadrado, que cabiam
mais ou menos cinco pessoas de pé. Coisa mais estranha, pra quê servia aquele lugar? Pra quê uma porta tão grossa? Pra prender a mulher louca, é claro!
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Pra piorar, os meninos faziam barulhos de “huuuuuuuu” e de correntes arrastando,
e saía todo mundo correndo, uns atropelando os outros e gritando, morrendo de medo!
Ai que medo bom! Depois a gente saía, pulava o muro de volta, e íamos pra casa.
Aquele era nosso esconderijo, nosso refúgio super secreto! Não era qualquer um que ficava sabendo da casa não!
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E foi assim, todos os dias depois da aula, uma aventura. Até que uma vizinha sem
coração acabou com nossa alegria
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Nesse dia quando eu fui pular o muro para sair da casa, vi um policial, com uma cara de mau, me mandando sair dali, e perguntando se tinha mais gente. Ele me deu mais medo que o porão mal assombrado!
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Chamei os meninos e fomos um a um cabisbaixos pulando o muro e parando em  fila
diante dos policiais com aquela cara de cachorro que caiu da mudança. Vizinhos nas janelas olhando (meu Deus eu virei uma criminosa!).
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Fomos acusados de invasão de domicílio, e eu pedi muito a Deus pra não ser presa,
e ao mesmo tempo pensava na surra que minha mãe ia me dar!
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Quando a polícia foi procurar saber quem eram os donos da casa, para comunicar as invasões frequentes, tivemos uma surpresa. Aquela linda casa, no bairro floresta, pertenceu a Juscelino Kubitschek, e que aquele porão escuro, e aquele lugar minúsculo com uma porta grossa de aço era nada mais nada menos que um esconderijo da guerra. Isso mesmo, um abrigo antiaéreo! (Ou seja, caso haja, Deus me livre, uma guerra civil,
já sei onde me esconder, portanto acho bom você ser meu amigo!).
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Quando essa notícia veio à tona não demorou a aparecer repórteres para dar a notícia!
E foi assim que nossa aventura saiu no jornal. Depois, pude entrar com a equipe de tv
no porão, e ver finalmente tudo com a luz acesa. Acabaram com todo o mistério,
acabou-se toda a magia.
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Hoje mesmo eu passei lá em frente, a garagem estava aberta e fiquei lembrando de
como era e está tudo diferente, pois agora a casa é a sede do sindicato dos professores.
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Pensando bem acho que fizemos um bem para a sociedade, pois essa casa ficou anos abandonada, esperando uma reforma para o sindicato começasse a funcionar lá!

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Quando virou notícia na tv, esse fato também foi noticiado, e o governo rapidinho deu

um jeitinho de reformar e fazer o que tinha que ser feito.
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Eu não queria contar onde era, porque senão vai ter fila no dia que tiver uma guerra...rs
Mas vamos combinar que eu vi primeiro né gente!!  Mas quem me tratar muito bem eu garanto um lugarzinho! rss


.....
ps. continue por aqui
siga o caminho das folhas de outono e leia o próximo post :)


....

11 comentários:

Unknown disse...

vou ter que passar lá hoje mesmo para tirar umas fotos! :)

incluí seu comentário no texto, pois adorei saber de mais detalhes!

obrigada pela participação
bjos
claudia

Beatriz disse...

Parabéns Mônica. Muito jóia a sua história. Aos 11 anos isto tudo deve ter sido uma aventura e tanto!! Que pena que hoje em dia os nossos meninos não tenham, esta chance de bancar o detetive. Beijubas

Mônica Rodrigues disse...

Oi Beatriz!
Obrigada! Realmente era muita aventura, muita emoção!!
Foi isso que eu disse pro meu sobrinho quando mostrei o texto pra ele, pra ele ver como era boa a infância em outras épocas. Não tinha internet, não tinha tantos jogos, mas tinha muita diversão e emoção! :)
beijos

Iraq disse...

Uau... esta é a minha filha que conheço. Aventureira e sapeca. Adorei o texto e,principalmente, desconhecia a história. Crescendo e aprendendo...
Valeu, filhota. Continue escrevendo. Vc é boa nisso.

beijão

Mary disse...

Que história! Uma verdadeira aventura, tipo as travessuras do Menino Maluquinho. Bom demais.
Muito corajosos, vocês.
Claudinha, quero ver as fotos!!!

Doug Lao disse...

Eu lembro de tudo e tem muito mais detalhes na história !!!
Lembra do desmaio do raul belisário??? E da carminha andando em cima do muro ???
Do lugar onde a gente achou que o dono tava enterrado???
A mancha,de sangue no porão???
Criança fantasia tudo né???
Tempos que não voltam mais ...

Mônica Rodrigues disse...

Olha aí o Douglão meu amigo de todas as horas! Não podia estar de fora dessa né meu bem?
Tem essa história do desmaio do Raul, quando viu aquele freezer e pensou que fosse um caixão! Mas hoje em dia penso que foi teatro dele! rs
A Carminha andando em cima do muro? Pra mim era normal andar em cima do muro, uai!
Essa da mancha de sangue no chão eu tinha esquecido, mas tinha mesmo uma parte do chão mais escura que os meninos falavam que era sangue. A gente fantasiava tudo mesmo! Muito bom relembrar!

Mônica Rodrigues disse...

Olha aí o Douglão meu amigo de todas as horas! Não podia estar de fora dessa né meu bem?
Tem essa história do desmaio do Raul, quando viu aquele freezer e pensou que fosse um caixão! Mas hoje em dia penso que foi teatro dele! rs
A Carminha andando em cima do muro? Pra mim era normal andar em cima do muro, uai!
Essa da mancha de sangue no chão eu tinha esquecido, mas tinha mesmo uma parte do chão mais escura que os meninos falavam que era sangue. A gente fantasiava tudo mesmo! Muito bom relembrar!

amana disse...

eu não estava no dia da polícia, mas acho que já estive na casa alguma(s)vez(es). é...por mais fantásticas que tenham sido as aventuras, o tempo é cruel com a memória, por isso é tão bom saber que tem isso escrito :))) parabéns, Mônica, pela idéia de registrar e tão bem essa passagem maluca e engraçada, que já me rendeu até uns dissabores, por duvidarem dela... rsrrs... no fim até eu mesma estava meio duvidando dessa coisa do abrigo, pensando que eu tinha como verdade o que eu só ouvi contar pelos amigos mais viajados da vida, mas não!! e que ótimo!!! já até enviei para o amigo desconfiado. adorei! parabéns à dona do blog pela publicação! bjosss

Mônica Rodrigues disse...

Pois é Amana, o Douglas lembrou de coisas que eu não me lembrava mais.
Eu não lembro mais quem estava e quem não estava,algumas pessoas eu tenho certeza, como o Raul, a Carminha e o Douglão. As lembranças vão sumindo mesmo, por isso foi bom escrever, assim quem estava presente pode acrescentar mais detalhes esquecidos!
Que bom que pude ajudar você a provar a veracidade de sua história maluca pro seu amigo...rs
bjo grande! :)

Unknown disse...

Lembro como se fosse ontem. Rsrsrs aquela turma era do barulho. Depois vc pode contar o caso da turma na loja americana q também foi muito engraçada. A carminha como sempre matando a galera de ri. E o primeiro a descer naquele breu foi o menos ajuizado aqui da turma rsrsrs o tempo bom