quarta-feira, 14 de março de 2012

um presente de Beatriz Junqueira




LEMBRANÇAS DO MEU CHÁ DAS CINCO
                                           Beatriz Junqueira

Ontem quando eu li o blog da Claudinha com esta novidade do “chá das cinco”,
me veio na lembrança o chá das cinco em minha casa.
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Não era um chá chique como este da foto. Era diário e fazia parte das refeições
normais da casa. Não havia louça especial, eram xícaras comuns, mas elas eram
postas na mesa, sempre com uma toalha branca (às vezes com ex-furinhos de uso,
já devidamente cerzidos pela minha mãe).
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O bule de chá tinha uma cobertura de tecido para ele não esfriar. O chá não era
de saquinho, era feito com erva mesmo, e precisava-se de coador para não encher a
xícara de folhas.
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Sentava à mesa quem estivesse por lá. Na década de 50, minha avó fazia parte,
sempre se sentando à cabeceira da mesa. Depois que ela morreu ninguém da casa
ocupou este lugar. Passou a ser das visitas.
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Nesta época era comum visitar os outros e as pessoas já sabiam que no final teriam
o chá. Não precisavam de convite, bastava “aparecer”.
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Engraçado como a memória vem sempre acompanhada de cheiros e sabores! Na
mesma hora me vieram à lembrança os quitutes que enchiam a mesa. Deliciosos
biscoitos feitos em casa pela minha babá: rosquinha de nata, sablés (biscoito
amanteigado com castanhas do Pará moída) e a tão famosa geléia de tangerina que
acompanhava as torradinhas fininhas feitas com o pão dormido.
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Mas o mais importante era a conversa em torno desta bebida tão gostosa. Era o
momento de uma pausa para degustar não só o chá, mas a vida que todos levavam.
E cada um contava um caso, uma notícia nova, uma alegria e assim íamos
apreciando a companhia e a convivência.
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Hoje eu não tenho mais tempo de tomar o chá das cinco. Nem sei se teria
companhia, pois as cinco estão todos no trabalho. Mas era um hábito que eu
gostaria de recuperar. Quem sabe um dia...
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Por enquanto vou tomando meu chá, lendo o Blog Rosa e compartilhando meus
comentários.



.....

10 comentários:

AL disse...

Mamãe, vc deveria escrever mais sobre estas histórias de família! Amei.
Claudinha, se eu soubesse que a foto viria parar aqui, teria caprichado mais. Bjs

Unknown disse...

Beatriz minha querida
fiquei feliz demais!
surpresa demais!
ansiosa demais!
eufórica demais!
para esperar a segunda-feira chegar!

não consegui nem aguardar a foto que pedi pra ana lúcia! rs

quanta delicadeza nas suas palavras... :)

quando quiser compartilhar seus textos e pensamentos é só "se chegar", pois o espaço estará sempre aberto para você! :)

fico feliz por ter despertado boas lembranças nos meus amigos :)

bjubas
claudinha

Beatriz disse...

Obrigado amiguinha!!! Foi bom ter lembrado de tudo isso! Acalma a alma! Beijubas

Mary disse...

Adorei a história também. Pode contar mais e mais. Criar blog, escrever um livro, gravar um CD. Qualquer coisa!!!
Te amo mamãe.
Beijos

Bel disse...

Que texto mais lindo e senti muita a saudade de casa pq na minha vo nao tinha assim esse cha, mas guloseimas sim.... Deu ate um aperto, um no na garganta ao ler tudo isso. Eu amo vcs viu? Ah e to ate com vergonha do meu texto que sera na segunda....... Ixi......

BEATRIZ disse...

Bel obrigada, e não se acanhe com seu texto. Tenho certeza que tem sua alma nele. Isso é que importa. Beijos e até Niterói. Vou encontrar vc lá, se Deus quizer.

Eliana disse...

Beatriz, reminiscências.....lá em casa era um lanche às três da tarde. Pão quentinho, café cheiroso, e aconchego de casa de mãe. Saudades!
Uma crônica gostosa. Pode repetir.
Claudinha, você faz a vida girar.
Bjs
Eliana

Unknown disse...

sais minerais como eu amo minhas meninas!!!!!

amei o seu comentário tia lili! :)

bjos

BEATRIZ disse...

Tia Lili apareceu OBA!!!! Será que vai dar para a gente se encontrar para eu dar o presente de niver e Natal? Já está com bolor. Beijos

Lalu disse...

Gente, que sucesso estão as participações especiais neste blog. Agora fiquei até em duvida sobre o texto que pensei. Estou achando "jornalístico" demais...
Sobre as lembranças de "casa da vo", o texto tb despertou as minhas. No meu caso, a bebida era café (ou Coca Cola, para as crianças), mas lembrei dos pães de minuto, biscoitos e bolos. Lembrei tb da minha vó mandando fazer o bolo que eu gostava no fim de semana e só "liberando" quando eu chegava. Era só eu chegar que ela me chamava e dizia: Vá lá no quarto que tem bolo. Logo encontrava ele, interinho e escondidinho. E o resto da família só podia comê-lo quando eu colocava na mesa.
Muito obrigada pela história e pelas boas lembranças, Beatriz.
Beijos!