quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

1922 ...



















bom dia quarta-feira!

em 1922 na cidade de matipó
nasceu minha mãe
maria do carmo era o seu nome
na minha memória ficaram poucos sorrisos
mas os que consigo me lembrar
eram iluminados

desde sempre
pra mim
ela foi doente
e por conta disso
eu e ela passamos muitos apertos
meus medos e inseguranças criaram raízes profundas
por conta desses poucos anos que passamos juntas...

depois de tantos anos
estou conseguindo admitir
que fiquei muito brava por ela ter me deixado
abandonado
largado
mas como não podia sentir
explicar
e muito menos aceitar isso
guardei no fundo da gaveta
dentro de um cofre
minhas lágrimas
tristezas
e infinitos porquês...

tentei deletar da minha memória
nossa história
pois esse sentimento sempre doeu muito
e não ia trazê-la de volta...

o cão negro me ajudou a ver
muitas coisas
e a mexer em gavetas que estavam lacradas por mim
como uma defesa ou uma proteção
mas no meio dessa bagunça
tive que abrir
jogar no chão
organizar
arrumar
e limpar
esse espaço que ficou vazio muito cedo
mas que foi preenchido por ela até os meus 11 anos de idade
mamãe me adotou
e foi de verdade
e isso ninguém
pode negar...













hoje com muita emoção
e um enorme carinho
eu dedico este post
a ela
minha mãe
que "apesar de"
me ensinou os primeiros passos
as primeiras palavras
e o significado do sentimento amor

minha querida
me perdoe a falta de entendimento
as birras e pirraças
que com certeza foram muitas
mas hoje consigo ver
que eram de uma criança
e não de uma filha mal agradecida
como algumas pessoas me fizeram acreditar

bondoso Deus
as vezes o Senhor me prega cada peça
que eu custo a entender ...

voltando no tempo
naquela casa da rua galba veloso
eu consigo ver a cena e ouvir o som da pianola
onde mamãe feliz
tocava e cantava junto com tia ana:

"Tão longe, de mim distante,
Onde irá, onde irá teu pensamento
Tão longe, de mim distante,
Onde irá, onde irá teu pensamento?
Quisera saber agora, quisera saber agora
Se esqueceste, se esqueceste
Se esqueceste o juramento!
Quem sabe se és constante
Se inda é meu, teu pensamento
Minha’alma, toda devora
Da saudade, da saudade,
Agro tormento...
Tão longe, de mim distante,
Onde irá, onde irá teu pensamento
Quisera saber agora se esqueceste
Se esqueceste o juramento!
Quem sabe se és constante
Se inda é meu, teu pensamento
Minha’alma, toda devora
Da saudade, agro tormento
..."

...

Um comentário:

desaltopink disse...

oi flor! fico feliz por ter gostado do meu blog. volte qdo quiser! beijinhos, Nanda Tavares
www.desaltopink.blogspot.com